Pena para quem enterrou cães vivos em Joinville pode passar de dois anos

A comprovação de que os dois cães enterrados na Secretaria Regional do Costa e Silva estavam vivos antes de serem encobertos de terra era a peça que faltava para adiantar a investigação do caso. O laudo do exame feito nos animais informa que eles morreram por asfixia e não havia indícios de envenenamento.

Cópias do documento foram entregues à Secretaria de Gestão de Pessoas e também à polícia. O gerente exonerado e o maquinista acusado de sacrificar os bichos foram ouvidos nesta quinta pela delegada Ana Cláudia Pires. Eles insistiram na versão de que os animais já estavam mortos antes de serem enterrados.

— Acho que os dois ainda não tinham conhecimento do laudo —, diz Ana Cláudia.

Conforme a delegada, houve contradições entre um depoimento e outro.

— Um disse que o vigilante da secretaria teria acompanhado o enterro. Outro disse que não havia mais ninguém no local, mas depois voltou atrás.

Os depoimentos de quatro testemunhas e a comprovação da morte dos cães por asfixia, segundo a delegada, deixam o inquérito mais perto de ser concluído.

— Com as provas técnicas e testemunhais, não vejo necessidade de ouvir outras pessoas, garante.

A polícia ainda espera a liberação das fitas do circuito interno da Secretaria Regional do bairro Costa e Silva. A empresa responsável pela vigilância do local tem mais dois dias para entregar o vídeo. Assim que o inquérito policial ficar pronto, os funcionários podem ser denunciados por mais de um crime pelo Ministério Público Estadual.

— Além do crime contra animais, é possível que o inquérito aponte infrações contra a administração pública. Como se trata de um inquérito, a pena pode ultrapassar os dois anos de prisão —, observa a promotora Simone Cristina Schultz.

Funcionários do PA Norte, que denunciaram a crueldade contra os cães na semana passada, ficaram aliviados com a divulgação do laudo veterinário.

— Apesar de estarmos contentes com a investigação, o laudo nos faz lembrar de uma coisa terrível —, lamenta uma funcionária.

Fonte: Diário Catarinense