A hora e a vez dos bichanos

Há cerca de dez anos, criar gatos em São Paulo era uma tarefa muito complicada. Encontrar o tipo de ração adequada, um veterinário especializado em felinos, brinquedos e acessórios era uma busca que, geralmente, acabava em frustração.

O cenário mudou radicalmente e agora ter um gato como animal de estimação dá mais prazer que dor de cabeça. “Já existem tipos de ração específicas para gatos machos que têm acesso à rua, para fêmeas castradas, para gatos mais velhos. Além disso, tem a areia sanitária que facilita muito a criação”, disse Andre Gatti, veterinário especializado em gatos.

Atualmente, são cerca de 500 mil felinos domésticos na cidade, segundo o Centro Controle de Zoonoses. Ainda é um terço do total de cachorros, porém, a turma dos “cat lovers” não para de crescer.

“Quando eu tinha seis anos, pedi um cachorro para o meu pai e ele trouxe um gato. Desde então me afeiçoei muito a eles. Hoje cuido de dois: A Billie e o Mishima. Ambos muito afetuosos”, disse a escritora Mônica Petry, que colabora com a ONG “Adote um Gatinho”.

De apartamento
De acordo com o doutor Gatti, os felinos são bastante independentes, higienicos e se adaptam bem à vida em apartamento, mesmo que tenham que passar muitas horas sozinhos. “Na Europa, os gatos já são maioria em alguns países. Devido à verticalização da cidade, essa tendência também pode ocorrer aqui”, disse.

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O ideal é levar o gato de três em três meses ao veterinário e ficar sempre atento às mudanças de comportamento. “Eles são muito metódicos, então uma alteração na rotina pode ser o indício de doença”, disse.

Existem raças mais adequadas segundo o espaço e os hábitos do dono. A castração, após o período de vacinação, é recomendada na maioria das vezes. “Ela não altera o comportamento do gato. Em alguns casos, ele pode ficar até mais dócil, principalmente se a agressividade estiver relacionado ao comportamento sexual”.