Carrapatos

Os carrapatos são aracnídeos e diferem dos insetos por possuírem 4 pares de patas, ausência de asas e a cabeça fundida no tórax (cefalotórax).

São parasitas sugadores de sangue que se encontram na maior parte dos paises do mundo, principalmente nas regiões tropicais e subtropicais. Sua picada nos animais causa lesão, irritação local e grandes prejuízos como perda da produção de carne, leite, lã, ovos e diminuição do valor das peles.

Muitos carrapatos são transmissores de moléstias graves devidas a protozoários, bactérias e vírus, causando anemia e muitas vezes a morte. Atuam não só como vetores mas também como reservatório natural de várias enfermidades, sendo as mais importantes a babesiose, a ehrlicchiose, a anaplasmose, no cão.

Já no homem temos a doença de Lyme, a febre maculosa e a febre Q, dentre outras doenças. Verificou-se além disso, em várias espécies de carrapatos, dentre elas a Dermacentor variabilis, a presença de uma toxina produzida pelas glândulas salivares das fêmeas em fase de produção de ovos, toxina esta altamente deletérea podendo causar uma paralisia progressiva em cães e gatos.

Existem basicamente dois tipos de carrapatos, os carrapatos moles ou os argasídeos e os carrapatos duros ou ixodídeos. Apenas para citar, os carrapatos moles ou argasídeos são mais comuns nas aves e são encontrados principalmente em climas quentes. Nos mamíferos, a principal espécie deste grupo é a Otobios megnini, a qual freqüentemente infesta o conduto auditivo de cães, gatos, bovinos e eqüinos.

Para nós os carrapatos mais importantes são os duros ou ixodídeos. O ciclo vital deste grupo necessita de 3 hospedeiros, preferivelmente animais de dimensões diferentes para as larvas (que apresentam 3 pares de patas), as ninfas e os adultos (ambos com 4 pares de patas) se desenvolvam, muito embora algumas espécies de carrapatos completem todo o ciclo sobre o mesmo mamífero. São muito prolíficos, uma fêmea adulta pode colocar de 2 até 8 mil ovos nos até 19 meses de sua existência. Se o ciclo for interrompido o carrapato poderá sobreviver por longo período de tempo, podendo até hibernar e o ciclo que normalmente é de 1 ano, pode se estender até 3 anos. Uma fêmea ingurgitada ou repleta de sangue pode atingir até 200 vezes o seu tamanho original.

Fora do hospedeiro, os carrapatos infestam o chão coberto por moitas e arbustos. Resistem bem ao frio, entretanto são sensíveis à luminosidade solar intensa e ao excesso de umidade.

São varias espécies de ixodídeos, temos os gêneros Amblyomma sp, o Boophilus sp, mas a espécie mais importante para os cães e os gatos é o carrapato vermelho ou Rhipicephalos sanguineus por ser um carrapato que tem uma boa capacidade de sobrevivência em vários tipos de ambientes, particularmente no interior das residências. É um tipo de carrapato que pode completar seu ciclo em um único animal ou hospedeiro, podendo inclusive acometer outras espécies como o coelho, o homem e o cavalo.

Cães e gatos ficam mais expostos a carrapatos nas matas e no meio rural, mas também é comum se infestarem nos quintais, jardins e praças. Os carrapatos são perigosos em qualquer época do ano, entretanto são mais freqüentes nos meses quentes e úmidos. Ratos e aves podem ajudar a sua disseminação.

O controle dos carrapatos deve ser feito nos hospedeiros com a utilização de produtos carrapaticidas adequados que exterminem os carrapatos e não intoxiquem o animal. Atualmente existem produtos modernos e bastante eficazes para este fim. Entretanto é principalmente no meio ambiente onde devemos investir nossos esforços. O combate à infestação pode ser feito através de repetidas pulverizações de carrapaticidas para uso no ambiente visando principalmente as frestas do chão e das paredes, a destruição das moitas através do corte e da queimada dos arbustos e capim e se for o caso também com a técnica da rotação das pastagens.