Dicas para manter a boa saúde dos animais na fria estação

Se você sobrepõe camadas e mais camadas de roupas, tira o edredom do armário para se cobrir à noite e treme só de pensar em entrar no banho durante o inverno, saiba que não está só.

Seu bicho de estimação sofre, e em alguns casos, muito nos dias frios. E, ao contrário do bicho-homem, ele conta somente com a ajuda dos donos para se cuidar e manter uma boa saúde.

A cantilena se repete ano a ano, mas não custa relembrar. Na época em que o frio bate à porta, vírus e bactérias tornam-se mais resistentes e atacam os pontos mais expostos dos organismos. “Assim como no ser humano, as doenças mais comuns nos animais estão relacionadas ao sistema respiratório e às articulações, devido à baixa resistência típica da época”, explica Rodrigo Gonzalez, professor de medicina veterinária na Universidade Anhembi Morumbi.

Assim começam as principais doenças em cães e gatos: a traqueobronquite canina e o complexo respiratório felino, ou rinotraqueite. Elas são causadas por diferentes tipos de vírus e se espalham rapidamente em locais fechados e de alta aglomeração de animais.

Atenção aos filhotes
As doenças de inverno não são nenhum bicho de sete cabeças, mas incomodam os pets, e claro, assustam seus donos. A atenção deve ser maior com os filhotes e os mais idosos, devido à baixa resistência. Infecções mal tratadas podem evoluir para pneumonias e broncopneumonias.

A traqueobronquite causa tosse, espirros, febre, falta de apetite e coriza. A fácil disseminação a apelidou de “doença dos canis”. Boa parte dos cachorros melhora por conta própria após o período de 3 a 4 dias. As vacinas regulares protegem os cães, mas não há prevenção específica.

Um conjunto de diferentes famílias de vírus ataca os felinos, causando inflamações nas vias respiratórias (principalmente nas narinas) e garganta, caracterizando a rinotraqueite. Há também casos associados de conjuntive. Para evitar o transtorno, sempre confira se o gato está vacinado contra a doença.

Além dos problemas respiratórios, as dores nas articulações pioram a qualidade de vida dos cães, principalmente os de maior porte como labrador, golden retreiver e pastor alemão. A constituição física dos felinos faz deles menos propensos a essas inflamações. Em contra-partida, relembra o professor Gonzáles, costumam apresentar cistite inflamatória no período. Uma forma de evitar é estimular o consumo de água de forma lúdica, com garrafas conta-gotas ou vasilhas de vidro transparentes. “O movimento e reflexo atrai os gatos, estimulando-os a beber”, explica.

Em casa, evite o frio
Para o doutor Wilson Grassi, diretor da Associação dos Clínicos Veterinários de Pequenos Animais de São Paulo, os principais cuidados são na hora de proteger os pets das baixas temperaturas no dia a dia. Isso deve ser feito com roupas, agasalhos, tapetes, cobertores, mas com consciência. “Não se pode simplesmente deixar um animal vestido com uma mesma roupa por dias”, comenta o veterinário. As vestimentas devem ser posta apenas nos períodos mais frios e retiradas quando esquenta, para facilitar a respiração da pelagem, escovação e limpeza da roupa.

Mesmo menos expostos, cachorros de casa ou apartamento precisam de um tapete reforçado, papelão ou colchonete grosso embaixo da cama para reduzir a passagem do frio. Para os que ficam no quintal, o ideal é ter a casinha de madeira com elevação de cinco centímetros do chão e forrada por dentro. A morada deve ficar embaixo de alguma cobertura para mantê-la aquecida.

A alimentação reforçada também faz parte das medidas adotadas, exceto em animais muito acima do peso. “Vale o esforço de oferecer uma ração mais concentrada no período” destaca Grassi. Mantenha os passeios e demais hábitos de lazer, mas reduza os banhos. A secagem precisa ser minuciosa para não deixar pelos úmidos. Para os animais de pelagem longa, o ideal é utilizar os serviços de um pet shop. Tomado todos os cuidados, é curtir os dias frios ao lado do saudável e amado companheiro.