Eco-biquinha ensina a diferença animais exóticos, silvestres e domésticos

Sorocaba – Tem gente que gosta de ser diferente até quando o assunto é animal de estimação. Em vez de ter um lindo cachorrinho ou um simpático gatinho, que são animais domésticos, prefere ter em casa uma pássaro diferente, uma iguana, um ferret, que é parente do furão, ou mesmo uma cobra. Isso é possível? Sim, desde que o animal seja adquirido dentro da lei e tratado como se deve. O assunto foi um dos temas abordados no “Eco-Biquinha”, um dos programas de educação ambiental promovido pela Prefeitura de Sorocaba em alguns parques da cidade nos períodos de férias escolares. Como o objetivo é promover a consciência ambiental, nada mais justo que ensinar o respeito aos animais.

Mais do que respeito aos animais, sejam eles domésticos, silvestres (da fauna brasileira) ou exóticos (de fora do Brasil), as crianças aprenderam que maus tratos são crimes, assim como o ato de manter e comercializar animais da fauna brasileira sem documento que ateste essa legalidade. Em 18 anos de profissão, o policial militar que atua na Polícia Ambiental, soldado Apolinari, conta que já apreendeu muitos animais silvestres que estavam em cativeiros de maneira totalmente criminosa e muitos outros, de qualquer natureza ou espécie, que eram maltratados.

O soldado Apolinari explicou que algumas espécies nativas não podem, em hipótese alguma, ser domesticadas e disse que alguns animais silvestres podem ser comercializados para esse fim, desde que tenham a documentação que informe sua origem e que seja liberada por órgãos específicos, como o Ibama. “No ato da compra, que deve ser feita somente em casas especializadas, quem adquire o animal deve ficar com um documento que mostre a posse legalizada, e a nota fiscal que comprove a compra legalizada também”. Os chamados animais exóticos, que não são da fauna brasileira, não precisam ter uma documentação porque a entrada no Brasil já foi permitida (as calopsitas são um exemplo). “Porém, se a pessoa o traz de outro país, é preciso ter um documento que certifique a legalidade do bichinho”.

Posse responsável
Depois que o animal silvestre ou exótico é adquirido dentro da lei, começa a responsabilidade de quem vai cuidar do novo amigo. Cristiane Crispim, coordenadora do Programa de Educação Ambiental do Parque da Biquinha, ressalta ser muito importante tratar adequadamente os animais. “Já vi gente dar café, pão e bebida alcoólica para papagaios”. Cada animal tem um cuidado e uma necessidade específica. “Animais silvestres ou exóticos não são urbanos, mas podem viver bem se forem respeitados. Cada um tem seus limites”, frisa ela.

A posso responsável, tão comentada entre os animais domésticos, deve, da mesma maneira, ser considerada quando os bichos de estimação são silvestres e exóticos. “Eles não podem ser descartados como objetos quando não são mais queridos ou porque não se adaptaram. Além disso, não se pode soltar qualquer espécie de cágado, que gosta de água, em qualquer rio, por exemplo”. Já que cada animal tem sua especificidade, se não puder mais ficar na residência em que estava, deve ser devolvido corretamente, ter um destino adequado. Em caso de dúvidas sobre o que fazer com o animal ou em caso de denúncias de maus tratos contra eles, pode-se ligar para a 3ª Cia. da Polícia Ambiental no telefone (15) 3228-2525.

Um tigre e duas cachorras
“Meu amigo tem uma iguana e um avestruz. Não sei se tem documentos deles, mas ele mora num sítio enorme e trata muito bem dos animais. Eu achei muito bom o tema sobre os documentos e crimes porque as pessoas precisam ter mais consciência disso. Eu, se pudesse, um dia teria um tigre, e minha mãe fala que eu precisaria ter um sítio gigantesco para isso. Por enquanto tenho duas cachorras e uma delas sempre pega a roupa do varal”. Iolanda França, 10

Gatas, peixes e um jabuti
“Eu acho bonito, mas não tenho vontade de ter animais muito diferentes, exóticos, embora goste e tenha vontade de ter uma calopsita. Acho linda. Eu tenho duas gatas, vários peixes e um jabuti, que minha mãe ganhou. É muito fácil cuidar dele, que se adaptou muito bem”. Vitor Elias dos Santos, 12.

Fonte: Cruzeiro do Sul