Nas praias de Florianópolis cachorros de rua dividem espaço com banhistas

Segundo veterinários, animais podem transmitir doenças como micoses, verminoses e raiva.

Em praias, não é raro encontrar placas proibindo a presença de animais, o que, geralmente, é obedecido pelos donos. Mas o problema parece sem solução quando um cachorro ou outro animal de rua divide o espaço com banhistas.

Além do perigo de um possível ataque, os cães podem transmitir doenças relacionadas a fungos (micoses), vermes e também raiva. Segundo o veterinário Tiago Salvador, da Coordenadoria de Bem Estar Animal, a areia e a umidade da praia ajudam na disseminação das doenças. No entanto, os animais não devem sair da praia, a não ser por vontade própria.

— Recolher animais em Florianópolis é muito difícil, porque a população não para de abandoná-los — afirma a coordenadora de Bem Estar Animal do município, Maria da Graça Dutra.

Os serviços oferecidos pelo órgão, explica Maria, são o recolhimento de animais que recebem maus tratos, mediante denúncia, o tratamento e a castração de cães e gatos de família com renda de até três salários mínimos.

Segundo a coordenadora, moradores podem reunir animais de rua e solicitar um mutirão de atendimento veterinário em determinada região.

Também é possível cadastrar animais para passar pela castração.

Após o atendimento, no entanto, os animais são novamente soltos. Apenas os bichos que sofreram maus tratos e receberam tratamento são colocados para adoção.

Há quatro anos, quando a Coordenadoria foi criada, a estimativa era de que 12 mil animais estavam soltos nas ruas da Capital. Maria acredita que o número caiu pela metade. Ela afirma ainda que 16 mil foram esterilizados no período, o que evitaria até 2 milhões de nascimentos, nos cálculos da coordenadora.

Dificuldades na Barra da Lagoa
Segundo Maria, a Praia da Barra da Lagoa é especialmente problemática, principalmente no período que antecede a temporada de verão por falta consciência da população.

— Quando os moradores querem alugar a casa, eles deixam a residência e colocam os cães na rua. Turistas pegam alguns cachorros e depois soltam quando estão de saída. Os animais vão para o centrinho, para o entorno de restaurantes e também para a praia, porque eles precisam sobreviver — explica.

Uma voluntária trabalha na Barra da Lagoa cadastrando animais para esterilização, mas a demanda seria muito grande para apenas uma pessoa.

Novo projeto é microchipagem
A coordenadora disse que ainda neste ano o órgão deve começar a identificar animais com o uso de chips, a fim de cadastrar informações como procedência e dono. Maria afirma que os microchips já estão sendo comprados.

Mais informações
Para entrar em contato com a Coordenadoria do Bem Estar Animal da prefeitura de Florianópolis e solicitar informações sobre voluntariado, atendimento veterinário, castrações e denunciar maus tratos, ligue para (48) 3237-6890.

Fonte: www.clicrbs.com.br