Novo animal mais barulhento do mundo: 2 milímetros e uma orquestra

Micronecta Scholtzi. Esta pequena espécie de percevejo aquático é o novo recordista de animal mais barulhento do mundo, proporcionalmente ao seu tamanho. Imagine um minúsculo inseto, de apenas 2 milímetros de comprimento, produzindo um som de até 99,2 decibeis, o equivalente a uma orquestra sinfônica ouvida na primeira fila.

A foi a descoberta de cientistas da Escócia e da França na última semana foi surpreendente. Você deve estar pensando algo como: ”Nossa, as cordas vocais desse insetinho devem ser de aço”. Prepare-se para mais essa: o barulho é produzido não pela voz do percevejo, mas pelo ato de esfregar seu pênis no próprio abdome.

E existe inclusive um termo técnico para isso: “estridulação”. É menos raro do que parece, já que também acontece em grilos e cigarras. Sabe aquele barulhinho típico de matagais, em que as cigarras “cantam”? Pois bem, aquilo nada mais é do que uma estridulação do macho para cortejar a fêmea.

E o Micronecta Scholtzi, apesar de ser notavelmente menor do que um grilo ou uma cigarra, produz um som muito mais alto no ato de esfregar sua genitália no abdome. Como tais percevejos vivem na água, os pesquisadores precisaram instalar microfones subaquáticos para medir o barulho. A média dos sons emitidos ficou em 78,9 decibeis, mas os mais altos chegaram quase a 100.

É claro que você nunca ouviu uma estridulação tão alta assim, porque 99% do barulho se perde quando sai da água para o ar, mas ainda assim é audível pelos humanos. A baleia azul chega a emitir 188 decibeis, o elefante alcança 117, mas proporcionalmente, ninguém bate os dois milímetros e quase cem decibeis do pequeno Scholtzi.

A razão desse barulho é sexual, e não predatória ou de proteção, o que torna o recorde ainda mais pitoresco. Para produzir o som de uma orquestra, o percevejo usa uma área de 50 micrômetros, algo como a largura de um fio de cabelo humano. Os cientistas afirmam ainda não saber explicar direito como isso é possível.

Autor: Stephanie D’Ornelas
Fonte: HypeScience