Selvageria caipira – Boicote total às orgias de violência em Barretos

Circulam na internet imagens assustadoras que revelam os bastidores das “festas” de peão e boiadeiro. Hipocrisia classificar de “festa” um espetáculo dantesco onde animais indefesos são humilhados e torturados.

Da mesma forma que combatemos o Racismo, temos que refletir sobre essa ignomínia que é o Especismo: nossa presunção de ter o direito de decidir, sem ética nem compaixão, sobre o destino de outras especies submetidas à nossa inteligência “superior”. O filósofo Peter Singer lança sobre essas trevas uma facho de luz e de esperança.

Disfarçado pelo eufemismo de “festas”, esses modernos circos de horrores começam a ser abandonados e proibidos no mundo civilizado e não é por acaso que mesmo na Espanha – onde as corridas de touro se confundem com a própria identidade do pais – um movimento reativo da sociedade já as proibiu em mais de uma quinzena de regiões.

Como na Espanha, a luta para tratar animais de forma mais digna deverá encontrar forte resistência no Brasil, especialmente pelas cifras astronômicas envolvidas nesses espetáculos.

Alguém chegou a me escrever dizendo que parte dos lucros de Barretos vai para o Hospital do Câncer, como se isso justificasse tudo. Numa comparação imediata, pergunto: se parte do dinheiro do tráfico de drogas fosse doado ao hospital do câncer, isso desagravaria esse dinheiro de suas origens?

Proponho uma reflexão sobre essa orgia de violências, essa selvageria caipira dos rodeios, onde homens fazem prova de valentia humilhando animais indefesos.

E ouso sonhar com um Brasil onde a violência contra os animais seja proibida por lei e repudiada por todos.