Cães infectados facilitam disseminação da leishmaniose em MG

Oito pessoas morreram de leishmaniose, nos quatro primeiros meses de 2009, em Belo Horizonte. O número corresponde à metade das mortes de todo o ano de 2008. O perigo vem de cães infectados. De janeiro a abril deste ano, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, quase 3 mil cachorros contraíram a doença.

Segundo especialistas, ainda não há meios seguros para proteger os cães do protozoário causador da leishmaniose. Coleiras, telas de canil e inseticidas podem ser úteis, mas não são totalmente eficazes.

Uma vacina desenvolvida por pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) está sendo avaliada e aprimorada. Nos primeiros testes com cães em laboratório, ela apresentou proteção contra o parasita em 70% dos animais. A vacina poderá ser o caminho para a prevenção.

“O número de animais testados foi muito baixo. Foram 70%, num grupo de menos de 10 animais. Se este índice permanecer em um grupo de milhares de animais, é uma proteção razoável”, diz Hélida Andrade, professora de parasitologia da UFMG.

Com base em novos testes, até novembro de 2010 o Ministério da Saúde deve tomar decisão sobre o uso da vacina. Atualmente, a recomendação é sacrificar os cães infectados. “Se a pessoa tem um cão infectado, independente de ele estar com sintomas ou não, o que ela fazer é entregar o animal para a prefeitura”, diz Vanessa Fiúza, bióloga do Centro de Controle de Zoonoses.

O cão infectado é o hospedeiro do parasita, que pode ser transmitido para o ser humano por meio de um mosquito. Segundo médicos, a pessoa doente apresenta febre, perda de peso, inchaço no baço e no fígado.

Em 2008, 161 pessoas tiveram leishmaniose em Belo Horizonte, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, e 17 morreram. Em 2009, até o fim de abril, foram registrados 33 casos e oito mortes na capital.

No cão, há vários sintomas da leishmaniose, como secreção nos olhos, emagrecimento, perda de pelos e crescimento das unhas.