Pit bull: para estimar ou extinguir?

Alagoas – A cada ataque de cão da raça Pit bull surge a polêmica em torno da sobrevivência da espécie. Há um grupo que o considera uma fera, chegando a defender a sua extinção e outros que defendem a sua criação, sob a alegação de que o comportamento depende da forma como o proprietário trata o animal. Nesses últimos dois meses, duas crianças foram atacadas por pit bulls no interior do Estado. Em um dos casos registrados, em Mata Grande, por pouco a menina não foi morta.

Mas nem todos os cães desta raça são tão bravos e violentos. Quem vai a uma clínica veterinária em Maceió, pode se surpreender ao ser recepcionado por uma cadela Pit bull de nome Alice, que circula tranquilamente pelos cômodos do estabelecimento, mostrando graciosidade e doçura. A veterinária Adriana Matos, proprietária do animal afirma a todo tempo que Alice é fruto da forma como foi criada, com amor e muito carinho.

Os pit bulls são mal vistos pelos ataques violentos que cometem, alguns resultando até na morte da vítima. Nem os veterinários não são unânimes em relação à raça. E foi assim com Adriana Matos que, até o dia em que ganhou como presente um filhote. “Meu pai, que era radicalmente contra à criação desta raça, se apaixonou a primeira vista pelo filhote. Tantoq eu resolveu comprar uma fêmea para formar o casal. Foram duas ninhadas e de uma delas nasceu Alice”, contou.

Criada há três anos na clínica, a cadela não é vista como uma ameaça pelos clientes. Muitos se arriscam a pegar a bola que Alice carrega na boca. “Sempre caminho acompanhada dos pit bulls na praia do Francês e eles nunca se mostraram agressivos com as pessoas. Na casa dos meus pais temos três, criados soltos, inclusive convivem com a minha filha de oito meses”, disse. Desfazendo o mito de que em casa que tem criança não pode ter cachorro dessa raça.

“É preciso saber criar”, diz veterinária
Para os que defendem a extinção do pit bull, a veterinária afirma, que é contra essa medida radical. “Assim como o homem, o animal é produto do meio em que vive”, explicou, afirmando que o cachorro é de um tipo que não pode ser criado de forma irresponsável, jogado em um cato qualquer da casa. “Se o cachorro vive em um lugar preso, criado sem amor, largado, claro que vai se tornar agressivo”, explicou.