Ferret – Dividindo o espaço com cachorros e gatos

Curioso e sapeca: assim é o ferret, terceiro bicho de estimação na preferência dos norte-americanos, atrás do cão e gato.

No Brasil, chegou no fim da década de 1990. E apesar de muitos ainda não conhecê-lo, a lista de interessados em tê-lo como pet cresce cada vez mais. Isso porque não é espécie nativa brasileira, chega por meio de importação e vem de cativeiro.

Aqui é chamado popularmente de furão, sendo bem diferente do da espécie silvestre que leva o mesmo nome. Gosta de brincar com os donos e de ganhar carinho. Aliás, pode ficar deprimido se não receber atenção ou ficar isolado.

Em geral, se dá bem com outros bichos. A ferret Lila convive numa boa com três cães e uma gata na casa dos irmãos Khaled, 10, e Ibrahim Abdul Rahim, 9, de São Bernardo. Na realidade, é da irmã Priscilla, 18, mas eles ajudam a cuidar.

“Ela se dá bem com a gente porque também tem bastante energia para gastar”, afirma Khaled. “A Lila brinca muito e corre atrás de todos. É bem rápida. Nunca mordeu ninguém”, garante Ibrahim. Para se distrair, Lila tem brinquedinhos, como bichinhos de pelúcia.

O ferret é inteligente. Fica mais ativo no fim da tarde e à noite. Pode passar mais de uma hora revirando a casa sem parar. Sobe e desce em sofás e camas. Tudo lhe parece bom de xeretar. Apesar de bagunceiro, dorme bastante. Vive cerca de 8 anos e seu pelo pode ser branco, marrom, acinzentado ou mesclado. Mede entre 44 cm e 56 cm e pesa de 500 g a 1 kg. A fêmea é menor. O exemplar custa cerca de R$ 1.000.

Letícia Guimarães, 10, tem muita vontade de ter um. Enquanto isso não acontece, diverte-se com Faísca, que é do primo Mateus, 13. “Tem de ter muita responsabilidade para cuidar do ferret. Quando quero brincar com ele, venho na casa da minha tia. A Faísca é agitada e me faz rir.”

Sem autorização não pode entrar
O ferret não faz parte da fauna brasileira, por isso é chamado de animal exótico; se vivesse aqui na mata seria silvestre. O Ibama é quem controla sua importação e permanência no País. O órgão só permite a entrada de animal castrado (para não ter filhos), com microchip (plaquinha eletrônica com informações implantada sob a pele) e vacinado.

ferrets

Todos esses cuidados são necessários. Imagine a dor de cabeça que daria se o ferret começasse a se reproduzir de forma descontrolada no Brasil. Como a gestação dura cerca de 42 dias, eles podem ter várias ninhadas durante o ano. Isso certamente causaria tremenda bagunça no meio ambiente e prejudicaria as outras espécies daqui.

Atenção com as sapequices
O ferret exige atenção do dono o tempo todo. É muito curioso e sem noção de perigo. Por ter o corpo fino e flexível, entra com facilidade em ralos de pias e do banheiro. Enfia-se dentro de armários e sofás e passa até mesmo pelos buracos da tela de proteção de janelas sem ser notado. São comuns os casos em que morrem ou desaparecem por causa de estripulias.

Assim, nunca deve ser solto sem que alguém – de preferência adulto – o observe. A tampa do vaso sanitário também precisa estar sempre fechada. Objetos que podem machucá-lo têm de estar fora de seu alcance. Qualquer descuido pode fazer com que ele se meta em encrenca.

Quando está preso, o ferret prefere locais frescos e com pouca luminosidade, pois dorme a maior parte do dia. Pode ficar desidratado rapidamente se exposto ao calor exagerado. Nada de colocar a gaiola diretamente no sol; tem de ficar num espaço bem ventilado, seco e sem muita luz.

Saiba como cuidar deste bichinho de estimação
O ferret é carnívoro, mas não deve ser alimentado com a carne que comemos.
Há rações especiais com os nutrientes necessários para mantê-lo com saúde.
Ele pode comer o dia inteiro, por isso, é necessário que a vasilha esteja sempre limpa e cheia. Também precisa água limpa e fresca. O ideal é colocar um bebedouro (como o do hamster).

Procura os cantinhos da gaiola ou da casa para fazer xixi e cocô. Não é difícil ensiná-lo a usar caixinhas com areia ou jornais para isso. Observe o local que ele procura para forrá-lo.

Quando não está sob a supervisão de alguém, o ideal é manter o ferret em gaiola, que deve medir no mínimo 1,5 m de comprimento e ter dois andares para que possa se movimentar. Lá vai tirar a soneca, pendurado em rede (própria para seu corpo) ou sobre panos. Não se esqueça que ele precisa de algumas horas diárias de liberdade.

Nada de muitos banhos. Esse pet pode ficar até 20 dias sem ver o chuveiro. O excesso de lavagem pode remover a camada de gordura que protege a pele, provocando ressecamento e coceiras. Cuidado com o produto que usar. Há xampus especiais para ele.

Para se manter saudável e brincalhão, ele precisa tomar todas as vacinas. O ferret é sensível, principalmente, a doenças como cinomose (que mata) e gripe. Também pode contrair raiva. É preciso levá-lo ao veterinário quando adoece.

Família Mustelidade tem cinco representantes no Brasil
Os integrantes da família Mustelidae são carnívoros que se alimentam de peixes, moluscos, aves, répteis e pequenos mamíferos. São ágeis tanto na terra como em cima das árvores. Têm o corpo coberto por grossa camada de pelo macio. Por isso, eram caçados para a pele ser usada em casacos, o que fez com que muitos entrassem na lista dos ameaçados de extinção. Vivem em todos os continentes, exceto a Oceania. Atualmente são conhecidas 55 espécies, das quais cinco vivem no Brasil – irara, ariranha, furão silvestre, lontra e doninha-amazônica. Confira:

DONINHA-AMAZÔNICA é rara, por isso não há muitas informações sobre ela. Habita a Amazônia. Tem cerca de 60 cm e pelagem castanha com barriga mais clara. Também vive fora e dentro d”água. Em 192 anos de descoberta, foram encontrados cerca de 30 exemplares da espécie.

IRARA – conhecida como papa-mel, um dos seus alimentos preferidos – vive em florestas do Sul do Brasil ao Sul do México. Tem hábitos solitários, procurando companhia só na época de reprodução. Gosta de ficar em troncos ocos
de árvores e tocas no chão. Mede até 1,2 m e pesa 5 kg.

ARIRANHA – é encontrada na beira de rios de alguns países da América do Sul. No Brasil, vive no Pantanal e Amazônia. É o maior representante da família Mustelidae, chegando a 1,80 m e 34 kg. Excelente nadadora, vive em grupo e alimenta-se principalmente de peixes. Está ameaçada de extinção.

FURÃO SILVESTRE – vive em alguns países da América do Sul e várias regiões do Brasil. Nada bem e escala com facilidade. Mede até 70 cm e chega a pesar 3 kg. Seu pelo é variado: a cara e os membros são pretos, costas, acinzentadas, e uma listra branca ou amarelada se estende ao longo do corpo.

LONTRA – adora água e peixes. Vive perto de rios e lagos. Quando caça, pega o alimento para comê-lo fora da água. Há várias subespécies, até a marinha. No Brasil, já foi extinta em várias regiões. Tem pelo marrom, curto. Mede até 1 m e pesa 12 kg. Apesar de ser silvestre, é dócil e gosta de brincar.