Paulistas enfrentam filas e chegam a pagar R$ 5 mil por cachorro

Quem tem sabe o quanto a companhia de um cachorro pode ser agradável. Algumas raças, normalmente as de pequeno e médio porte, são indicadas para quem mora em apartamento ou em casa. Já outras, as maiores, são recomendadas para quem busca segurança – seja particular ou para um estabelecimento.

Entretanto, para ter a companhia de um cachorro, alguns optam por raças raras e, muitas vezes, bem caras. Alguns filhotes chegam a custar R$ 5 mil. E não é só isso. Em algumas situações, o futuro comprador precisa esperar meses para conseguir o exemplar.

O valor de um filhote pode aumentar nas seguintes situações: quando é fêmea e quando está totalmente dentro dos padrões estipulados para a raça, como pelagem, peso, cor, altura e comprimento. Estes exemplares são mais caros porque atendem a todos os requisitos necessários para competir em um campeonato, por exemplo.

Quando os filhotes nascem fora deste padrão, a tendência é que o valor de venda caia cerca de 15%. Em algumas situações eles até podem ser adquiridos pela metade do preço.

Um fator que também é determinante para definir o valor de um filhote é a dificuldade na reprodução – quanto mais difícil, mais caro. Foi o que aconteceu com o médico Rodolfo Scripiliti, que esperou dois meses para poder comprar um filhote da raça Coton de Tulear, conhecida por ter a pelagem parecida com o algodão.

“Antes de comprar pesquisei na internet, livros e revistas, e acabei chegando nesta raça. Ela é perfeita para quem mora em apartamento. Posso dizer que fiz a escolha certa. Recomendo a todos”, conta o médico.

Scripiliti pagou R$ 2,5 mil pelo filhote. Se vale o preço? Ele diz que sim. Além da alegria de poder conviver com a cadelinha, ele conta que até o relacionamento da família melhorou após a chegada de Mel – nome escolhido para o filhote. “Em casa sou eu, minha mulher e minhas três filhas. Nossa convivência melhorou e mudou para melhor, tudo por causa da Mel. Ela só nos traz alegria e amor. Minhas filhas eram quietas e viviam trancadas no quarto, mas agora está tudo melhor.”

Outra raça que possui um valor considerável é a Cane Corso, que, por ter um porte grande, pode até ser usada pelas polícias durante operações. Entretanto, segundo o médico Jônatas Bastianelli, proprietário de Angus, um filhote de apenas quatro meses da raça, todo o valor investido já foi recompensado. “Já tive outras raças deste porte, mas de nenhuma eu gostei tanto. O temperamento desta raça é o que ela tem de melhor. É forte, mas muito inteligente e nada agressivo”, conta.

“Acredito que todo o valor que pagamos é justo, porque, afinal, o criador tem muitos gastos. Os pais do Angus, por exemplo, são exemplares perfeitos que moram em outros países. Acho um valor justo.”

Bastianelli, que tem um filho de apenas 20 dias, conta que passou pelo menos um ano e meio pesquisando sobre a raça. “Morava em um apartamento e quando eu e minha mulher decidimos ter um filho e nos mudar para uma casa, logo comecei a pesquisar sobre raças. Gosto de cachorros grandes. Quando conheci o Cane Corso fiquei admirado. Ele se dá super bem com meu filho.”

Antes de comprar um filhote de qualquer raça considerada rara é importante saber que seu cãozinho provavelmente vai precisar de cuidados especiais. É o que diz o veterinário Edgard Morales Brito. “Tem toda a questão do relacionamento entre a raça e o dono. Quando compramos uma raça que desconhecemos as características, podemos sim acabar adquirindo um cachorro que não vai se adaptar à nossa família, por exemplo.”

A recomendação de Brito é que os exemplares sejam comprados diretamente com os criadores, e não em pet shops ou feiras. “Os criadores são as pessoas que mais entendem da raça e, por este motivo, são os mais indicados para comercializar. Um criador, por exemplo, sabe quem foram os pais e até mesmo os avós do filhote. É mais uma forma de prevenir doenças.”

Fonte: G1