A quem os animais devem pedir socorro?

O ex-gerente executivo do Instituto Brasileiro do Recursos Naturais e Renováveis (Ibama) na Paraíba, Erasmo Rocha Lucena, está sendo processado pelo Ministério Público Federal na Paraíba, ele foi denunciado por apropriação e desvio de animais silvestres que, apreendidos de traficantes de fauna, estavam sob a guarda da autarquia federal.

De acordo com os fatos apurados no inquérito policial que subsidiou as ações, Erasmo Lucena em 2006 ofereceu a jornalistas e outras personalidades políticas araras e outras espécimes ameaçados de extinção da fauna local, que haviam sido objeto de apreensão por parte do Ibama e Polícia Federal. Mesmo contrariando os pareceres dos técnicos do Ibama, que o alertavam para a ilegalidade, o então Gerente Executivo determinou a doação dos animais, que se encontravam  no Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) da instituição. Segundo o Ministério Público Federal, tais animais, para o Ibama, só poderiam ter valor soltos na natureza, após o período de recuperação, ou entregues a criadouros conservacionistas, onde o animal  pode reproduzir-se e repovoar a espécime no meio ambiente. No entanto, nas mãos de proprietários particulares, sem possibilidade de acasalamento ou reintrodução na natureza, os animais apreendidos tornam-se apenas bens valiosos, extremamente cobiçados, que podem inclusive retornar ao mercado negro por meio de venda.

Na denúncia, o órgão ministerial afirma ainda que, além de doar os animais irregularmente, o ex-Gerente apropriou-se de viveiros que haviam sido doados ao Ibama pela fábrica da Ambev, quando pediu o cancelamento de seu registro de criadora conservacionista. À época, o Centro de Triagem do Ibama enfrentava problema de superlotação de animais, tendo o responsável manifestado interesse no recebimento dos viveiros. A despeito disso, Erasmo Lucena apropriou-se de um dos viveiros para sua fazenda, sendo que a instalação foi feita também por funcionários do Ibama  e doou o outro para personalidade política, parente seu.

Já de acordo com a ação de improbidade, o réu praticou condutas opostas às funções que ele devia exercer. Erasmo Lucena, visando lograr proveito pessoal e prestígio político, desviou o patrimônio da autarquia e comprometeu sua credibilidade, realizando condutas que em nada diferem da atividade de tráfico de animais, cujo combate é uma das metas do órgão. “Apropriou-se e distribuiu indiscriminadamente animais, destinando-os à morte ou retorno ao mercado negro. Quando teve oportunidade de melhorar as condições do Cetas, ampliando os espaços existentes, apropriou-se dos viveiros doados, em proveito próprio, deixando à míngua o serviço público”, afirma o MPF na ação.

Se condenado ele poderá pegar de dois a doze anos de prisão mais pagamento de multa, agora é pagar pra ver, pois se ele agradou tantas pessoas influentes com esses animais apreendidos, com certeza esses bandidos irão se mobilizar para abafar esse assunto, Brasil… meu Brasil brasileiro…