Aumenta o abandono de animais em Mogi

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A cada esquina vagando em busca de comida e água ou revirando o lixo estão centenas de animais abandonados em Mogi das Cruzes. Segundo estimativas da União Internacional de Proteção dos Animais (Uipa), eles são aproximadamente 11 mil. A O delegado da entidade, José Roberto de Almeida, afirma que uma maneira de acabar com os casos de abandono é a castração aliada à adoção em massa. A superpopulação de animais assusta os moradores, que temem serem atacados por eles.

Muitos são os problemas relatados pela população. As principais preocupações são com a transmissão de doenças e a sujeira causada pelas fezes nas calçadas e praças. O taxista José Nildo de Caldas, 43 anos, diz que a grande quantidade de animais na rua causa diversos transtornos. “Às vezes, eles podem acabar mordendo alguém. A cidade acaba ficando suja também”. Ele afirma que, junto com outros motoristas, toma conta de um cachorro. “Ele está aqui há mais de 11 anos. Damos água e comida e levamos para vacinar também. Ele toma conta daqui e não deixa nenhum outro cachorro chegar perto”.

A presença constante de cães nas portas de estabelecimentos comerciais causa descontentamento nos lojistas. Silene Rodrigues, 27, proprietária de um trailer em César de Souza, afirma que a quantidade de cães abandonados no local é grande. “Eles aparecem mais na hora do almoço. Incomodam as pessoas que estão comendo porque eles ficam em cima. O problema maior é quem os abandona na rua”.

Um dos medos dos moradores é a transmissão de doenças. A dona de casa Andressa Bispo, 31, explicou que há um cachorro em sua rua em Brás Cubas que traz transtornos para a vizinhança. “Os carrapatos começaram a entrar no quintal de casa. Tive até que me desfazer do meu cachorro porque estava complicado. Tenho filhos pequenos e é perigoso para eles. Ele também espalha o lixo que fica para o lixeiro pegar”.

Problema
Almeida informou que nos últimos três meses o número de animais abandonados aumentou significativamente em Mogi. “As Organizações Não-Governamentais e a Prefeitura estão com os canis lotados. Por isso, as pessoas estão fazendo o abandono dos animais na calada da madrugada”. Para ele, uma das medidas para controlar a situação é a câmara técnica para que mais castrações possam ser feitas. “Mesmo com o procedimento de castrações não vai resolver. Só vamos ter resultados em longo prazo. O que podia ser feito é uma mobilização para que as pessoas adotassem os animais”.

O delegado da Uipa disse que o principal tipo de abandono é de cães mais velhos: “É desumano, eles correm o risco de atropelamento, comem alimentos estragados e tomam água parada. Para cuidar bem de um cachorro está custando de R$ 100 a R$ 150 e as pessoas preferem abandonar. Tem aqueles que se mudam de casa para apartamento sem levar em conta o tamanho do cachorro”. Ele afirmou que existem alguns pontos na cidade que inspiram mais cuidados, como o Botujuru, a Vila Moraes e a Vila da Prata. “Orientamos as pessoas para denunciar o abandono de animais, porque isto é crime. Outro problema é com relação às fezes dos animais que ficam pela cidade e que acabamos levando para dentro de casa”.

Fonte: Mogi News