Cidade sofre com aumento das doenças

Bauru – O Centro de Controle de Zoonozes (CCZ) sacrificou, somente no ano passado, 4.208 animais em Bauru. Desse total, 85% tinham sintomas clássicos de leishmaniose. Durante entrevista à reportagem do JC, o veterinário e chefe do CCZ, José Rodrigues Gonçalves Neto, explicou que a eutanásia é praticada em cerca de 15 animais por dia. “São recebidos aqui de 10 a 15 animais por dia, que depois de sacrificados, são destinados ou encaminhados ao aterro sanitário de Bauru, porque não é recomendado que a pessoa realize o sepultamento desses cadáveres em terrenos ou quintais sem preparo. A própria legislação diz que a responsabilidade é do proprietário”, esclarece Neto.

O veterinário lembra que a grande quantidade de eutanásias praticadas pelo CCZ é decorrente da situação vivida na cidade. “Tem uma quantidade maior em consequência da doença. Se você analisar uma cidade que não tem problema de leishmaniose, o número de eutanásias é bem menor. Dos 4.208 animais sacrificados (em Bauru), mais de 85% tiveram como motivo sintomas da leishmaniose.”

Além dos animais sacrificados no CCZ, a Emdurb mantém um serviço de coleta dos animais mortos em vias públicas. Flávia Souza, gerente ambiental de resíduos sólidos da Emdurb, explica que nos últimos meses ocorreu um aumento importante na quantidade de animais encaminhados ao aterro. “Em dezembro de 2010 tivemos uma média de 180 animais, entre clínicas e animais coletados nas ruas. Em janeiro o número subiu para uma média de 232 animais mortos na cidade. Já em fevereiro, com a nova resolução em vigor, o total foi para 339, tanto do CCZ quanto das vias públicas”, relata Flávia.

O número de animais mortos encontrados em 2010 também não deixa de ser expressivo. Flávia diz que foram mais de 2 mil cadáveres encaminhados para o aterro. “Durante todo o ano foram cerca de 2,2 mil animais mortos encaminhados para o aterro, que são depositados em valas com um tratamento especial para o recebimento desses dejetos”, conclui a especialista.

Segundo a gerente ambiental da autarquia, a Emdurb estuda um antigo projeto para a instalação de um cemitério de animais na cidade, mas isso só seria concluído se houvesse necessidade, porque os animais mortos são destinados de forma correta, seguindo as normas da Cetesb.

Fonte: JCNet