Especialistas dão dicas para alérgicos conviverem bem com os pets

Ter um bichinho de estimação é o sonho de muita gente. No entanto, muitas pessoas acabam abrindo mão do projeto devido às alergias originadas por causa dos pelos desses animais.

Mas, ao contrário do que pensa a grande maioria, essa convivência pode existir sim, e com muitos benefícios aos pacientes. “Já não é mais de praxe impedir pacientes alérgicos de conviver com animais de estimação. Hoje em dia este convívio é considerado benéfico e salutar, exceto em poucos casos de alergias mais graves”, explica o alergista e especialista em imunologia, André Luiz Becker.

Para a médica veterinária Juliana Trigo, as alergias não têm origem exclusivamente no pelo dos mascotes. “Existe a crença de que alérgicos não devem ter cães ou gatos peludos. Na realidade, a vilã causadora das alergias é a descamação natural da pele do animal e não o pelo”, destaca.

Segundo Becker, é fundamental avaliar o perfil da família e a idade das crianças antes da trazer um bichinho para casa. O histórico de alergia de um ou de ambos pais aumenta muito a possibilidade do indivíduo ser alérgico. No entanto, há casos em que a alergia a algum fator desencadeado pelo mascote é bem menor do que outras causas que merecem mais atenção, como poeira e mofo, por exemplo. “Um bom conselho é o de não tomar uma decisão importante como esta de forma precipitada, sem antes avaliar possíveis riscos à saúde da família”, complementa.

Segundo Juliana, cuidados simples ajudam os alérgicos a conviverem com os animais de estimação:
– Banhe e escove o seu mascote uma vez por semana. Isso deve ser feito por um membro da família não alérgico ou em local especializado;
– Lave, com água quente, a cama, os cobertores e as roupas dele uma vez por semana;
– Utilize aspiradores de pó em tapetes e sofás, além da limpeza do local com pano úmido;
– Mantenha a cama e a caixa de areia dos animais longe do quarto da pessoa alérgica;
– Quem é sensível ao pelo deve evitar abraçar, beijar e acariciar os animais. Caso tenha esse tipo de contato com o animal, a pessoa deve lavar bem as mãos e os braços logo depois.

Donos do pedaço
Lembre-se ainda que, independente de qualquer alergia, não é bom que o pet tome conta dos ambientes, subindo no sofá e nas camas da casa, por exemplo. De acordo com o especialista em comportamento animal, Alexandre Rossi (Doutor Pet), permitir que o cão faça o que bem entender pode colaborar para que ele se sinta o dono da casa e demonstre agressividade de dominância quando contrariado. Além disso, esse tipo de atitude vai deixá-lo mimado e muito apegado ao dono. Assim, quando tiver de passar uma noite em um hotelzinho, sofrerá mais”, alerta.

Rossi ensina que uma boa saída para evitar esse comportamento é criar ambientes agradáveis para o pet, fazendo com que ele prefira descansar nesses locais. Em lojas especializadas, há caminhas e colchões superconfortáveis. Mas há cães que sentem calor e gostam de ficar deitados com a barriga voltada para o piso frio. Outra dica: quando ele tentar subir na cama ou no sofá, provoque nele algum desconforto. Tente borrifar um spray de água na cara do bicho ou sacudir uma lata cheia de moedas.

No caso de pessoas alérgicas, é imprescindível manter os pets longe dos quartos e principalmente das camas.