Extinção acelerada de espécies animais põe em risco saúde humana

O desaparecimento de qualquer espécie, desde bactérias a mamíferos, revela ser uma ameaça para a saúde humana. Um recente estudo, publicado na revista Nature, explica que cada vez que desaparece um grupo de animais, aumenta o aparecimento e transmissão de doenças. Coincidentemente, neste Ano Internacional da Biodiversidade, a World Wild Fund (WWF) publica uma lista anual das espécies mais ameaçadas.

Segundo os autores do artigo, investigadores do Bard College (Estados Unidos), proteger a biodiversidade vai muito mais além do que lutar pelo meio ambiente, porque são uma rica variedade de espécies animais e vegetais que nos ajudam a protegermo-nos dessas doenças. A investigação “Impacto da biodiversidade no aparecimento e transmissão de doenças infecciosas” explica que a consequência se traduz no aumento de organismos patogénicos.

Os investigadores adiantam ainda que muitos dos animais, plantas e micróbios que desaparecem são os que amenizam a transmissão de diferentes enfermidades infecciosas e já descobriram o padrão geral no qual incide este desenvolvimento de doenças e a transmissão de uma vasta gama de sistemas infecciosos.

O declive na biodiversidade debilita o efeito protector das diferentes espécies, mas especialmente na terra do que nos oceanos, já que esses são mais afectados pelas alterações climáticas. Contudo, os cientistas de Barn não conseguem ainda explicar por que as espécies mais resistentes são as que amplificam os patogénicos, mas alertam para o fato de a conservação dos habitats ser a melhor forma de prevenir a situação.

Top dez
A WWF publicou a lista das dez espécies mundiais mais ameaçadas em 2010 e às quais prestou uma especial atenção durante este ano. As escolhas da organização mundial de conservação são apenas algumas de um vasto universo que está a à beira da extinção de forma preocupante e negligente pela perda de habitats, pela caça ilegal e as alterações climáticas.

A lista destaca o tigre (Panthera tigris), o urso polar (Ursus maritimus), a morsa do Pacífico (Odobenus rosmarus divergens), o pinguim de magalhães (Spheniscus magellanicus), a tartaruga de couro (Dermochelys coriacea), o atum rabilho do Atlântico (Thunnus thynnus), o gorila da montanha (Gorilla beringei beringei), a borboleta monarca (Danaus plexippus), o rinoceronte de Java (Rhinoceros sondaicus), o panda gigante (Ailuropoda melanoleuca) e a águia imperial (Aquila adalberti); esta última, em Portugal.

Fonte: Ciência Hoje