Fotógrafo brasileiro que luta pelos animais na Espanha pode ser preso

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fotógrafo brasileiro Jon Amad, que trabalha voluntariamente para a ONG espanhola Igualdad Animal e que registra o sofrimento dos animais por todo o mundo, está sendo acusado de “ecoterrorismo” e corre o risco de ser preso ou extraditado nas próximas semanas. As fotografias de Jon documentam os maus-tratos cometidos em vários lugares, como zoológicos, criadouros, laboratórios e, no caso do processo, fazendas de criação de visões.

Ele e outras 24 pessoas estão sendo acusadas de “invasão de propriedade”, “associação ilícita” e “ecoterrorismo”. No entanto, todos os acusados negam as acusações e apontam o lobby da indústria de casacos de peles como fonte do processo. A situação está complicada para os ativistas por conta de supostas invasões à fazendas de criação de visões, animais comumente mortos para ter sua pele usada em roupas fúteis.

A justiça acusa as 25 pessoas de entrar nestas fazendas e libertar os animais que, para a lei, são propriedade dos “produtores de pele”. Os ativistas alegam que o trabalho da Igualdad Animal é fotografar e registrar a situação dos animais e não “roubá-los”.

O curioso é que realmente a ação da justiça espanhola parece estar equivocada, uma vez que acusou 3 pessoas que não têm ligação nenhuma com a proteção animal, como uma senhora de 60 anos que é mãe de uma ativista e 2 ex-funcionários de uma fazenda de peles que deram apenas uma entrevista.

Em entrevista ao ViSta-se na manhã desta terça-feira (05), Jon Amad declarou sua indignação. “Nenhum de nós é responsável por qualquer libertação de que nos acusam. Meu trabalho consiste em investigar e retratar a terrível situação que sofrem os animais destinados a exploração. Mostrar à sociedade que determinados empresários se enriquecem à custa de vidas destruídas de outros animais atrai muitos inimigos poderosos que tentam destruir você de todas as maneiras e que possuem muito recurso para isso. Nos acusam de ecoterrorismo quando o que fazemos é educar e lutar de forma pacífica por um mundo mais justo.”

Embora seja casado com uma espanhola, o brasileiro, natural do estado do Rio Grande do Sul, corre o sério risco de ser expulso da Espanha ou preso por lá.

O trabalho de Jon é um braço fundamental na batalha pelo direito animal. Ele retrata a dor e a angustia dos animais maltratados e mostra a verdade. Seu ingresso no mundo da fotografia se deu em um ambiente bem mais ameno. Há dez anos, Amad era fotógrafo de moda e fazia eventualmente alguns trabalhos para jornais. Depois de muitos cursos na área de um diploma de ensino superior em Direção de Fotografia para Cinema pelo Instituto de Cinema de Madri, Amad decidiu empregar todo seu conhecimento em favor dos bichos por ter percebido que faltava um trabalho fotográfico investigativo de qualidade neste segmento. A função é dura, mas Jon garante que seu compromisso com a causa supera todos os obstáculos. “Quando algum trabalho parece impossível, a dor é o que me faz seguir em frente, sem parar para descansar.”