Frente cobra medidas contra venda de animais vivos em chaveiros

A coordenação de Fauna da Frente Parlamentar Ambientalista solicitou, aos ministérios das Relações Exteriores e do Meio Ambiente, que verifiquem a provável comercialização de tartarugas brasileiras na China, onde seriam vendidas vivas dentro de chaveiros.

Na segunda-feira (4), o coordenador dessa área na frente parlamentar, deputado Ricardo Tripoli (PSDB-SP), enviou ofícios aos ministérios, informando o caso e pedindo que o governo brasileiro indague as autoridades chinesas sobre a obtenção dos animais e peça, ao país asiático, para avaliar a possibilidade de tomar providências contra esse tipo de comércio.

Nos ofícios, Ricardo Tripoli cita notícia veiculada em 31 de março pelo jornal chinês Global Times, segundo a qual o comércio é praticado por ambulantes em estações de metrô e calçadas. Os animais – uma tartaruga brasileira ou dois peixes pequenos – seriam vendidos dentro de uma pequena bolsa de plástico, lacrada e contendo água colorida, onde sobreviveriam por pouco tempo. Segundo a reportagem, os chaveiros seriam populares e legais, mas o país já estaria discutindo a proibição da venda de seres vivos como objetos de diversão.

O deputado aguarda agora uma resposta dos ministérios para saber que providências tomar na Câmara. “Se confirmarem o caso, vamos procurar saber como os animais saem do Brasil. Provavelmente são traficados, o que é um crime. As comissões também poderão convidar técnicos do Ibama para discutir o assunto”, afirmou.

Origem dos animais
A veterinária e gerente de campanhas da Sociedade Mundial de Proteção Animal (WSPA, na sigla em inglês) Ingrid Eder avaliou como correto o pedido de providências aos ministérios. “O regime político da China é fechado, mas o Brasil poderia apresentar alguma recomendação contra esse tipo de comércio”, disse.

Ingrid Eder observou ainda que seria preciso averiguar a origem dos animais. Ela acredita que, mesmo que as espécies de tartarugas sejam brasileiras, elas podem estar sendo produzidas na China. Isso porque não valeria a pena, economicamente, importar tartarugas para vendê-las como chaveiros, pois os custos seriam altos e muito animais não resistiriam.

Considerando a hipótese de tráfico de animais, Ingrid Eder lembra que a prática é crime e que as punições estão previstas na legislação brasileira. Na opinião de Ricardo Tripoli, caso se confirme o tráfico não haverá necessidade de endurecer a legislação, mas de cumprir as regras existentes.

Reportagem – Noéli Nobre
Edição – Pierre Triboli

Fonte: Agência Câmara de Notícias