Homem que comprou vira-lata no lugar de lhasa processa pet shop

Um homem processou um pet shop de Londrina, no norte do Paraná, depois ter comprado um cão da raça lhasa apso e, três meses depois, perceber que o animal era um “vira-lata”. Em audiência de conciliação realizada nesta terça-feira (25), o dono da loja aceitou devolver os R$ 600 cobrados pelo animal.

O dono da cadela Meg, Anderson Leonardo de Souza, conta que percebeu que se tratava de um vira-lata por causa do comportamento mais agitado do animal, além da pelagem bem diferente de um lhasa apso.

“O cachorro começou a mudar muito depois de três meses. Eu queria um animal dócil, mais companheiro, para criar em apartamento. Porém, ele era muito agitado, bagunceiro e até agressivo, às vezes. Então, procuramos o pessoal do pet shop e eles disseram: ‘Tudo bem, devolvemos seu dinheiro, mas vamos mandar para o criadouro e sacrificar”, afirma. “Eu fiquei indignado, porque a Meg se tornou um ente da família, mesmo sendo de outra raça. Por isso, entramos na Justiça”.

De acordo com Souza, vários veterinários para os quais Meg foi levada garantiram que ela é uma mistura de raças, e não um lhasa apso. “Todos confirmaram que é uma vira-lata. Eu poderia ter ficado quieto, criado ela normalmente, mas preciso lutar pelos meus direitos. Já fiquei sabendo de outros casos iguais neste mesmo pet shop, mas todo mundo se acomoda e acaba aceitando a enganação. Sou um consumidor como qualquer outro”, comenta.

lhasa-vira

O dono do pet shop, Fábio Marques Tomazi, porém, nega que tenha enganado o cliente. Ele garante que o cachorro é um lhasa apso “com problema genético”. “Vendi um cão da raça lhasa apso para ele. Estava bonitinho, normal, mas o pelo não cresceu. Levei em um especialista e ele me disse que o animal tem genes compatíveis com a raça. Foi provado que era um problema genético”, defende-se.

Tomazi afirma que decidiu entrar em conciliação com Souza porque “admitiu o problema no padrão da raça”. “Não enganei ninguém. É um animal saudável, totalmente comum, apenas com um problema na pelagem. Só fiz a devolução do dinheiro porque eu vendi um cachorro que não estava no padrão”.

Autor: Erick Gimenes
Fonte: G1