População em Salvador tem problemas para enterrar seus animais de estimação

É comum passar por uma vala, um lixão ou mesmo um terreno baldio na capital baiana e encontrar animal morto, que pode ser um cão, gato, pássaro ou qualquer outro.

Os bichos domesticados, considerados de estimação, quando morrem, muitas vezes são jogados em locais como esses, principalmente porque em Salvador ainda não há um local apropriado para o serviço de enterro ou cremação de animais.

O jornalista Lucas Leal, teve que providenciar o enterro do próprio cãozinho. Ele disse que até procurou algum lugar em Salvador onde ele pudesse dar um destino adequado ao animal, mas percebeu que o serviço é inexistente. A solução foi ele mesmo fazer a cova de “Francisca”, cavando um buraco no fundo do prédio onde mora.

“Cobri o corpo dela com um lençol, coloquei numa caixa, cavei um buraco e enterrei. Foi muito dolorido eu ter que fazer isso. Ela era muito querida”, lembra Lucas. Assim como ele, milhares de donos de animais de estimação também não sabem o que fazer em casos como esse. No diâmetro de Salvador e Região Metropolitana, a clínica mais próxima que realiza cremação é a Bye Bye Pet, que fica em Lauro de Freitas.

O preço do serviço depende do tamanho do animal, sendo cobrado a partir de R$ 200. “Colocamos o corpo do bichinho em um equipamento de alta temperatura e ao longo de algumas horas ele é incinerado”, explica o veterinário Bruno Lopes. Na clínica são realizadas, em média, 40 cremações por mês de bichos como cães, gatos, coelho, papagaio, entre outros de pequeno porte.

Dentre as formas de descarte de animais, essa é a mais adequada “por não deixar resíduo nem contaminar o meio ambiente”, ressalta a médica veterinária Taís Silva.

O assunto rendeu um Projeto de Lei que tramita na Câmara de Vereadores de Salvador, de autoria do vereador e Marcell Moraes (PV). De acordo com o vereador, o projeto tem duas vertentes: oferecer um enterro digno ao animal e tratar o assunto como sendo de saúde pública. “Minha ideia é que seja permitido ao animal ser enterrado junto com o seu dono em cemitérios privados e que seja criado um cemitério público para as pessoas que não têm condições de mandar cremar o seu bichinho”, explicou. Marcell Moraes informou ainda que o projeto deva ser votado na próxima semana, antes do Carnaval. “Se aprovado, esse será o primeiro cemitério canino do Nordeste”, completou.