Porto: Uma vigília contra proibição de dar comida a animais vadios

Portugal – Dezenas de pessoas começaram esta segunda-feira um protesto frente à Câmara do Porto. A vigília, organizada pelo Partido pelos Animais e pela Natureza (PAN), tem como alvo o Código Regulamentar que proíbe a alimentação de animais na via pública e vai durar até quinta-feira, sempre entre as 18h e as 20h.

A câmara lançou este mês um folheto em que apela aos munícipes para colaborarem na redução dos alimentos disponíveis na rua. A “campanha de controlo de animais errantes” motivou uma chuva de críticas: no site da autarquia há dezenas de comentários contra a medida e foi lançada uma petição (que já reúne mais de 2.500 assinaturas), que deverá ser entregue à câmara sexta-feira.

“O plano da câmara é deixar os animais morrerem à fome. É cruel”, critica Fernanda Roxo, segunda candidata pelo círculo do Porto do PAN às eleições legislativas.

O método seguido pela Câmara do Porto é uma “forma de controlo populacional anacrónica” e “ineficaz”, considera a militante do PAN, que lembra que os animais “não morrem de um momento para o outro”, ficando mais vulneráveis a doenças.

A esterilização, método recomendado pela Organização Mundial de Saúde, é “a única forma ética” de lidar com o problema. “Na maior parte da Europa desenvolvida este problema já está resolvido”, diz. Várias cidades europeias recorrem à esterilização dos pombos, através do milho, e dos gatos, através da recolha e tratamento em clínica.
Campanha “absurda”

Presente na vigília, a presidente da associação Animais de Rua, Maria Pinto Teixeira, diz que a câmara pôs em marcha uma “campanha absurda”.

A Animais de Rua tem como principal objectivo a esterilização dos animais vadios e colabora com as câmaras de Sintra e Cascais e com a Junta de Freguesia de Leça da Palmeira, em Matosinhos, para controlar a população animal. Estes exemplos mostram que a esterilização “não é uma alternativa utópica”, defende.

A associação propôs à Câmara do Porto um projecto-piloto para a colónia de gatos que habita no cemitério de Agramonte. A proposta foi feita há um ano, mas a associação ainda não teve resposta.

Autor: Pedro Rios
Fonte: Porto24