Que eles são bonitos e fofinhos não há dúvida… mas será que são felizes?

Certamente você já parou em frente a uma loja que vende animais e ficou ali, admirando-os, vendo como são bonitos, exclamando “aaai, que fofos!”. Todos já fizemos isso, ao menos quando crianças. Porém, de uns tempos para cá, o sentimento que me vem quando me deparo com animais colocados à venda é de tristeza. Resumindo: é deprimente! Animais privados de uma vida normal de acordo com as suas necessidades de idade e espécie. Privados de sol. Filhotes impedidos de correr e gastar energia. Pássaros amontoados uns sobre os outros, muitas vezes com as gaiolas sujas. Enfim: são coelhos, cachorros, gatos, pombos, galinhas e outras aves (exóticas ou não), uma enorme variedade de escolhas para o “freguês”.

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Acho que, em vez de pararmos em frente a suas gaiolas, exclamarmos o quanto são bonitinhos e fofinhos, deveríamos fazer a seguinte pergunta: “será que estão felizes?”. A resposta parece óbvia… É difícil estarem felizes, sem poderem exercer seu comportamento natural e, como já foi citado, sem receberem sol adequadamente, sem fazerem exercício…

Outro absurdo são aqueles peixinhos que as crianças ganham “de brinde” em feiras de animais. A maioria sequer tem aquário em casa, vão criar onde, dentro de um copo? Os coitados dos peixes não devem durar nem dois dias. Isso sem falar nas compras impensadas, feitas por impulso. O cãozinho fofo e peludinho que é dado como “presente de Natal” e que alguns Natais depois já está atirado num canto, pois as crianças enjoaram de brincar com ele…

Comprar animais, por si só, apenas estimula um comércio que vê os bichos como máquinas de procriação, que, quando não são mais “úteis”, são descartados. Escutei em uma aula a expressão “vida útil de uma vaca”… E eu achava que quem tinha vida útil eram lâmpadas e pilhas… Lógico que também existem criadores sérios, mas a maioria se importa apenas com o lucro, isso não é segredo para ninguém.

Muitos animais poderiam escapar da morte nos CCZ’s (Centros de Controle de Zoonoses) se, ao invés de comprar um cachorro, você adotasse um. A espécie é a mesma, incrível, apesar de tantas diferenças em formas, cores e tamanhos. O amor que oferecem também é o mesmo e, além de tirar um bichinho das ruas, você estará evitando que outros, os de raça, sejam colocados para reproduzir e gerar “crias” como se fossem máquinas.

Então deixo aqui a sugestão: da próxima vez em que você passar por uma loja de animais, tente colocar-se no lugar deles. Imagine-se ali, preso 24 horas por dia, enxergando o movimento das pessoas e dos carros do outro lado da calçada, e sem poder sair. Uma “mercadoria” à espera de comprador. E, em vez de admirar sua beleza e fofura, pergunte-se: será que estão felizes?

Fonte: Jornal Agora