Saiba como proteger seu animal de estimação do tempo seco

A baixa umidade do ar, que colocou em alerta 136 cidades brasileiras e foi recorde em São Paulo na sexta-feira (27) – chegando a 12% -, também causa desconforto nos animais e, muitas vezes, afeta a saúde dos pets. O problema é que, presos em casas ou em apartamentos, eles não conseguem, sozinhos, evitar as consequências do tempo seco em suas vidas. Dependem de seus donos, por exemplo, para ter água disponível sempre que estiverem com sede ou com vontade de tomar um bom banho.

Alguns sintomas apresentados pelos animais nessa situação são bastante parecidos com os desenvolvidos pelos humanos, explica a professora Mirela Tinucci Costa, da faculdade de medicina veterinária da Unesp (campus de Jaboticabal).

– Os cães e os gatos, principalmente, podem apresentar irritação e coceira nos olhos, boca seca, dificuldade para respirar e desidratação. Aves ficam desidratadas muito rapidamente, porque são pequenas. Quanto menor o bicho, mais rápido é o processo de desidratação. É comum também aumentar a incidência de doenças virais, disseminadas por inalação. Algumas, como a cinomose, são extremamente graves. Por isso, é importante manter a vacinação do pet em dia.

Se perceber que os olhos de sua mascote andam irritados ou ressecados, uma boa dica é lavá-los com água filtrada ou soro fisiológico. O mesmo vale para molhar a ponta do nariz, ensina Alexandre Sato, diretor da Sociedade Paulista de Medicina Veterinária.

– Sangramentos nasais são comuns durante a seca, e o risco de bronquite e de pneumonia também cresce entre a população animal.

Segundo a especialista da Unesp, animais idosos ou com a saúde debilitada pedem atenção redobrada. O mesmo vale para espécies que costumam passar parte do dia na água, como tartarugas e cágados. Para todos, o principal risco é a desidratação, que, em níveis acentuados, causa doenças graves, problemas no rim e morte.

– Conforme o organismo se desidrata, o sangue fica mais viscoso. Com o passar do tempo, o coração começa a ter dificuldade para bombear, e surgem problemas de irrigação de tecidos do corpo. Por fim, ocorre a coagulação desse sangue nos vasos de menor calibre. É a morte iminente.