Serial killers de animais: o que fazer com essas pessoas?

As pessoas estão acostumadas a ler notícias e ver seriados de TV sobre investigações policiais de assassinos em séries de humanos, mas e os serial killers de animais?

Existem casos no mundo todo. Um exemplo são os 40 cisnes mortos por humanos em Somerset, Inglaterra, nos três primeiros meses deste ano. Há dez dias, quatro homens foram presos por atirar em oito gansos. E na semana passada, um homem foi preso na Inglaterra por matar um ganso com uma arma.

Outra vítima constante na Inglaterra são os gatos. Contudo, desde 1980, centenas, talvez milhares de cavalos foram golpeados, mutilados e (pasmem) abusados sexualmente naquele país. Até um pônei foi violentado sexualmente e depois esfaqueado até a morte.

Quando não há testemunhas, estes casos dificilmente são resolvidos. “É complicado quando se tem apenas o animal morto e nada mais para continuar”, diz a promotora Andy Shipp.

Os oficiais de polícia geralmente seguem os procedimentos comuns. Na cena do crime, eles tiram fotos e tentam recolher evidências forenses a procura de impressões digitais e amostras de DNA. Ela se lembra do caso de uma vaca que foi encontrada viva com uma flecha atravessada em sua cabeça. Os investigadores encontraram DNA em outra flecha que havia sido largada no campo e identificaram um jovem, que foi preso.

Um exame post-mortem é conduzido por um veterinário para determinar a causa da morte, apesar de não averiguarem detalhes como, por exemplo, qual veneno teria sido usado. Os policias batem de porta em porta em busca de testemunhas e, se tudo falha, eles fazem um apelo por meio da imprensa. Em casos extremos, como o dos cisnes de Somerset, a Sociedade Real pela Prevenção da Crueldade Contra Animais (tradução livre para Royal Society for the Prevention of Cruelty to Animals – RSPCA) trabalha lado a lado com a polícia.

A RSPCA também tem uma unidade de operações especiais, com técnicos forenses. De acordo com o superintendente da unidade, Barry Fryer, a ciência forense está sendo cada vez mais necessária. “Se um homem tem sangue de texugo em seus jeans nós podemos comparar com o do animal da cena do crime”. Terra nos sapatos também pode ligar alguém ao local do crime, assim como pólen.

Mas a maioria das investigações não usa alta tecnologia, diz o investigador da RSPCA, Simon Evans. “Nós apenas esperamos que o assassino tenha cometido um erro e deixado DNA para trás. Quando conseguimos que alguém nos dê qualquer informação é uma grande sorte”.

Em 12 anos, ele acredita ter conseguido prender uma dúzia de pessoas. A maioria dos crimes fica sem solução. Além disso, a pena máxima para os acusados de crueldade animal é de seis meses. A motivação para tanta crueldade nem sempre é clara, mas muitas vezes os culpados são fazendeiros descontentes ou jovens. Dados de 2009 mostram que, na Inglaterra, naquele ano, 32 aves de rapina foram mortas a tiros e 81 envenenadas.

É uma pena que não haja uma equipe estilo CSI para caçar os culpados de tanta crueldade, afinal, ao contrário dos seres humanos, os animais têm poucos ou nenhum meio para se defender.

Autor: Letícia Resende
Fonte: HypeScience