Pet shops funcionam em rede e chegam a oferecer produtos 30% mais baratos

Paraíba – O mercado das grandes empresas vem sendo cada vez mais agressivo com os pequenos. Investindo pesado em implantar empreendimentos dentro de bairros e oferecendo serviços cada vez mais diversificados, até o seguimento dos pet shops vem sentindo o aperto dos gigantes. Para tentar driblar a dura concorrência, há três anos 18 empresários da grande João Pessoa e do município de Mamanguape juntaram-se em uma rede associativa para tomar fôlego junto ao mercado. Hoje os empresários paraibanos do setor já conseguiram duplicar o ritmo de crescimento de seus negócios e oferecer produtos 30% mais baratos para a clientela.

No mercado dos pets shops há oito anos, Aldenir Brandão, dono da loja Pet Show, integrante do Grupo Superpet, afirma que com a união dos pequenos negócios o poder de barganha, publicidade e de oferecer melhores produtos e serviços a preços mais acessíveis para os consumidores deu um salto considerável. “As grandes redes estão tomando espaço dos pequenos e unidos temos um poder maior. Conseguimos ter poder de compra maior, adquirir mais preço, fazer mais propagandas e eventos”, comenta o empresário.

Com a criação da rede, que tem o apoio do Sebrae Paraíba, o crescimento do faturamento das lojas integradas passou de 10% ao ano para 20%. Com o contato direto com fábricas de rações entre outros, o Grupo Superpet também consegue oferecer para seus clientes produtos 30% mais baratos. “Juntos somos grandes e comprando diretamente com as fábricas eliminamos a figura do atravessador. Conseguimos assim oferecer bons produtos a preços mais atrativos”, explica Aldenir.

Com serviços curiosos de estética para bichos, como alisamento, pintura de pelos, cauterização, além da oferta de rações especializadas para bichos com problemas de coração, renais e hepáticos, o pet shop atende em seu salão mais de 600 animais por mês, entre contratos fixos e esporádicos, e circulam pela loja de acessórios, brinquedos, aves exóticas e de peixes ornamentais uma média 1.500 clientes.

Mundo pet- O fenômeno de humanização dos animais de estimação vem fazendo os bichinhos ganharem espaço dentro dos lares brasileiros como integrantes da família merecedores dos melhores alimentos e cuidados com a saúde. Hoje no país observa-se que a população de animais de estimação cresce proporcionalmente ao número de pessoas fazendo o investimento em negócios ligados ao mundo pet lucrativos e com bom panorama de crescimento.

Para se ter uma idéia da relevância que esse setor vem ganhando nos últimos tempos na economia do País, basta verificar que, desde 95, o mercado cresce a uma média anual de 17%, faturando cerca de US$ 1,5 bilhão ao ano. O que, a princípio, pode parecer um número surpreendente ganha fundamento quando se analisa que tal segmento atende a uma “população” de cerca de 25 milhões de cães, 11 milhões de gatos, 4 milhões de pássaros e, ainda, 500 mil aquários espalhados por todo o Brasil, segundo dados da Associação de Produtos e Prestadores de Serviços ao Animal (Assofauna).

Mesmo existindo hoje, aproximadamente, cerca de 9 mil pet shops no Brasil, especialistas acreditam que a oferta de produtos e serviços cresce a uma velocidade muito maior do que o avanço do próprio mercado. A explicação para isso, afirmam, está no fato de que, como mostrou ter potencial com seu ritmo de crescimento acelerado, o setor viu surgir, além de novos modelos de lojas, outros canais de distribuição.

Força do pequenos- A Força das lojas menores do segmento é uma característica peculiar do brasileiro que define uma realidade local que não só contradiz uma tendência mundial no ramo como, também, determina uma importância incomum às lojas menores de pet shop no País: o hábito de comprar ração como um motivo para um passeio.

O reflexo imediato disso é que, enquanto nos Estados Unidos os hiper e supermercados respondem por 2/3 das vendas de alimentos para animais, no Brasil, a relação se inverte menosde 1/3 das vendas é realizada por esses canais, ou seja, pode-se dizer que os micro, pequenos e médios pet shops, além das clínicas veterinárias, por exemplo, são responsáveis por mais de 75% das vendas de rações, enquanto que os auto-serviços, que geralmente trabalham com produtos de segunda linha, e as megalojas ficam com os outros 25%.