Região tem mais pet shop do que farmácias e padarias

A ebulição na abertura de pet shops ocorrida no fim dos anos 1990 fez com que a região tenha mais estabelecimentos para animais do que farmácias e padarias. Dados da Associação Paulista de Pet Shops apontam que 6.500 lojas funcionam no Grande ABC, na Capital são 10 mil. Por aqui são cerca de 1.000 padarias e pouco mais de 700 farmácias.

O grande número de empresas faz com que a competição fique mais acirrada, tanto que desde 2008 o setor vê a receita cair. Naquele ano, foram contabilizados R$ 13,5 milhões e a projeção para este ano é de que o segmento movimente R$ 8 milhões, repetindo o desempenho do ano passado. Em quatro anos, a queda acumulada chega a 40%.

Para a presidente da Aspapet, Silvia Valente, a chegada das grandes redes especializadas e o avanço dos hipermercados na venda de itens para animais de estimação pressionam o setor. “A cidade de São Paulo apresenta mais oportunidades, principalmente na periferia, onde os consumidores da classe C estão adquirindo mais esses produtos”, afirma.

Silvia, que é proprietária de uma loja em Santo André, diz que a situação está mais complicada para os veterinários, visto que anualmente as faculdades colocam 600 profissionais da área no mercado. Na região, cerca de 10 mil pessoas estão empregadas no setor entre adestradores, tosadores, balconistas e veterinários.

OPORTUNIDADE – Apesar do cenário cético para o segmento na região, Fernando Stival encontrou no serviço de banho e tosa o caminho para engordar o faturamento. São cinco funcionários responsáveis pelo banho e tosa de quase 40 animais por dia. “Quero dobrar esse número até o fim do ano comprando a segunda máquina de secar”, planeja.

Stival pontua que mais pessoas estão recorrendo às lojas especializadas para cuidar dos animais de estimação. Esse é o caso da estudante de Direito são-bernardense Alejandra Bonotto Farias Franco, 24 anos, que leva a yorkshire Meg a cada 15 dias para tomar banho, escovar e hidratar o pelo, cortar as unhas e escovar os dentes.

“Há dois anos e meio a Meg é como se fosse a criança da casa.”

Autor: Alexandre Melo
Fonte:
Diário do Grande ABC